Como mulher e cidadã, também como política, preocupada com as questões de interesse da nossa população, confesso que sinto uma imensa tristeza quando vejo alguém procurando restos de comida nas latas de lixo para “saciar” a fome. Isso para mim é coisa de país miserável, iludido por propostas sociais demagógicas de governos. Só para lembrar, nos últimos 20 anos, no Brasil, tivemos 10 eleições, uma a cada dois anos, sem contar um plebiscito e um referendo, que também tiveram o formato de uma eleição. E o pior, nesse processo todo, na busca incessante do poder, é que o povo, principalmente as classes menos favorecidas, não sentiu resultado algum no que diz respeito às suas necessidades prioritárias. E não adianta virem com o discurso de bolsa-família, porque isso não dá futuro para ninguém, é um paliativo temporário, circunstancial e assistencialista. O que precisamos é investir em educação, na capacitação dos jovens em cursos técnicos, no preparo das nossas crianças com um ensino básico forte, isto sim é um verdadeiro investimento no país, pois, o oferecimento de bases sólidas transforma o cidadão e o qualifica. Se está difícil até para aqueles que têm emprego fixo, que fazem verdadeiras mágicas para conseguir fechar o mês e pagar todas as contas, que não são poucas e nem pequenas, começando com gás, luz, água, educação, e por aí vai, o que resta para aqueles cidadãos desempregados ou que não receberam um ensino decente?
Digo isso como fiel observadora do universo político, e também por acompanhar, nos últimos anos, as mais diferentes situações enfrentadas por pessoas que lutam bravamente para conservar um mínimo de dignidade humana. Quem participa, de alguma maneira, da realidade dessas pessoas sabe do que estou falando.
O clima nesses próximos meses, em todo o país, já será de campanha eleitoral para deputados estaduais, federais, senadores, governadores e presidente. Ouviremos discursos, propostas e muitas promessas, marcadas por pura emoção eleitoreira. Teremos dias tensos, noites de debates e inúmeras acusações entre os candidatos. Enfim, muita adrenalina! E possivelmente nada de novo.
Afinal, estamos diante de um cenário que se repete numa sucessão de experiências e procedimentos sempre iguais, que não tem produzido nenhum efeito duradouro para a população.
Faço, neste momento, um balanço político, até porque véspera de ano de eleições mexe muito com a gente e também gera inúmeras esperanças. E é por isso que precisamos ficar atentos às necessidades das pessoas que tem uma realidade miserável, para podermos exigir melhores condições de vida para as mesmas. Só assim vamos, quem sabe, num futuro próximo, diminuir o número de brasileiros que buscam comida nas latas de lixo.
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