É assim que eu me sinto! Nada de quietude e contemplação numa vida que exige movimentos e tomadas de posição. É preciso ser protagonista dos enredos que se apresentam, mesmo nas tempestades e surpresas. Não dá para ficar como mera espectadora.
Eu sei que estar na política não é fazer uma caminhada fácil, principalmente quando se luta por causas e se trabalha por um ideal. Já me questionei por várias vezes nas consequências de abrir mão da minha vida pessoal em prol da política. Eu sei que alguns dos que escalamos para compor o “time para jogar a copa”, quando chega a hora do intervalo para o segundo tempo, se encolhem ou desaparecem com uma naturalidade que mais parece que não chegaram lá por indicação. Também sei que partido é complicado e, como também sugere o nome, é mesmo "partido". Eu sei que o companheiro de sigla, na hora das eleições, passa a ser o maior concorrente. Está bem, eu sei tudo isso e hoje bem mais, depois da experiência no Executivo. Então, quando meu pai me dizia que a vida pública é muitas vezes dolorosa, hoje, isso não é nenhuma novidade para mim, por ser filha de político desde os meus sete anos de idade. Penso que fui preparada para administrar bem as desilusões tão comuns nesse meio. Mas, ainda assim, eu lembro de algumas conversas que tive com meu pai e uma, em especial, ficou marcada para sempre na minha memória. Talvez porque senti que essa conversa me seria útil.
Certa vez ele falou que chegaria o dia em que eu teria a sensação de ser um soldado solitário em frente a um campo de batalha. E esse dia chegou! Fui procurá-lo e falei que o dia tinha chegado. Ele virou-se para mim com aquela sabedoria dos profetas e falou: " agora te distancia do problema para que consigas vê-lo com exatidão e não com emoção, pois só assim conseguiras resolver, e o que é mais importante, sem perder o teu entusiasmo”. Foi o que eu fiz! Mas aí vocês devem estar se perguntando: "mas se é tudo isso que ela diz, porque continua?" Vou contar, então, situações que me aconteceram e mexeram demais comigo. Nesses últimos dias, foram duas, muito parecidas, em lugares diferentes, sendo que numa eu estava acompanhada do Rodrigo Gorski e da Neliane Ereno, e, na outra, estava com meu marido. Como eu quero dar destaque aos dois episódios, vou descrever primeiro um e depois o outro, porque, para mim, vale a pena dividir esses fatos surpreendentes da vida com vocês.
Em Guaíba
Fui a Guaíba para um encontro com as mulheres progressistas. Era um jantar no galpão da Câmara Municipal e a presidente das Mulheres Progressistas de lá, Andréia, havia me pedido para, antes, passar na sua casa. Quem me recebeu foi o Armando, marido dela, uma rica pessoa, simpático e educado. A Andréia estava organizando o jantar no galpão e ele me aguardava. A conversa foi, claro, sobre o PP e suas escolhas para coligações, pois é só o que se fala no estado. Mas não deu nem vinte minutos, quando o Armando levantou e disse que queria que eu conhecesse uma pessoa que gostava muito de mim. Chama o filho Gugu, vira-se para ele falando: ”Está aqui como te prometi, a Mônica Leal” . Eu sem entender bem aquele registro, olhei para o Armando pedindo uma luz, e foi aí que fiquei de boca aberta com o que escutei. O pai,com a mão nos ombros do filho, falou: ”Esse menino tem verdadeira adoração por ti desde o dia em que te viu na televisão como candidata a senadora. Ele fez a mãe mudar de partido. A Andréia era do Partido Social Cristão e ele insistiu na mudança e para que ela votasse em ti, porque tu tinha o brilho da verdade nos olhos. Ele usava, com muito orgulho, o teu botom no peito".
Confesso que, se em algum momento, eu havia sentido vontade de desistir dessa caminhada política e me dedicar para a área da comunicação, que também adoro, com aquele depoimento eu vi que tinha compromisso com a nova geração, que, simbolizada na atitude do Gugu, depositava em mim a sua confiança. Conversamos um pouco mais e mostrei meu blog, que ele passou a acessar diariamente.Prometi que iria postar nossa foto e sei que ele está esperando por isso, porque ontem, seu pai me falou. Com isso, eu quero mandar um recado para esse menino que, sem saber, numa noite em que o dia tinha sido complicado, depois um período de vários debates e embates políticos com o partido e tendo que administrar algumas desilusões na vida pública, me devolveu o entusiasmo pela política.
Por todos os Gugus que me acompanham com confiança e esperança, eu prometo não bater em retirada.
Na Praça da Encol em Porto Alegre
Domingo, último, pelas 9h30, eu fui na Praça da Encol com a minha neta Martina. Era uma manhã linda que mais parecia de verão do que de outono. Um calor forte e a praça cheia de crianças com bicicletas e brinquedos e também muitos nenês nos carrinhos. Os pais, vestidos com roupas esportivas, em pequenos grupos de amigos, conversando e cuidando dos pequenos. Essa era a primeira vez que eu levava a Martina na praça em frente a minha casa, pois, como ela mora no Moinhos de Vento, sempre que tenho tempo para passear com ela, levo ela para o Parcão, que é mais perto, já que o objetivo é pegar ar puro, sem sol forte. Sentei-me num banco e logo chegou o avô para curtir a Martina. No mesmo banco estava sentada uma moça alta e muito bonita, com um nenê maravilhoso de olhos claros, o Davi, bem graúdo e risonho. Ela, falante que nem eu, logo engatou numa boa conversa e falamos sobre nossas crianças. De repente ela olha para mim e diz:” mas tu não és a Mônica Leal”? E eu respondi que sim. E numa euforia falou:” Ah, meu filho te adora!” Eu, vendo que ela era muito jovem para ter filho adolescente, devo ter feito uma cara de espanto, quando ela logo disse: "ele é um menino, o Luca, que te conheceu na tevê quando foste candidata ao Senado, daí em diante ele é teu fã e nós passamos a acompanhar teu trabalho”. Eu fiquei impressionada com aquilo, pois mais uma criança acompanhava a minha trajetória política e sentia afinidade comigo, o que me fez sentir, mais uma vez, o tamanho da responsabilidade com os pequenos. Depois, tiramos fotos da Martina e do Davi, que se tornaram amiguinhos e vão festejar em breve seus aniversários de um ano, já contando com a presença um do outro.Vou postar essas fotografias em homenagem ao Luca, que quero conhecer pessoalmente para agradecer o privilégio de contar com a sua confiança. E quero convocá-lo para, num domingo desses, levar o seu irmãozinho Davi na Encol, que eu levarei a Martina no mesmo banco, onde poderemos trocar altas idéias!
Com o meu amigo Gugu de Guaíba
Eu, Martina, Davi e sua mamãe na praça da Encol
Os novos amigos, Davi e Martina
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