Penso que sentimento não se determina sentir, se sente. E isso vale também para o que sentimos por nossos familiares e amigos. Existem pessoas com quem temos mais sintonia e um vínculo forte e natural, mas isso não significa que não gostamos dos outros, apenas existe uma certeza a mais de que o tempo, a distância e o silêncio não interferem nessa relação. É o que acontece com meu pai e eu, que somos muito ligados. As vezes penso que é porque pensamos e agimos de forma muito igual. Para nós, palavra proferida é palavra sagrada! Missão dada é missão cumprida! Amigo não faz favor, presta serviço! A gratidão é um fardo pesado demais para os medíocres, que, na primeira oportunidade, a largam numa esquina! E por aí vai. Eu tenho um orgulho danado dele e levo na íntegra seus ensinamentos. O meu nome é o meu patrimônio e todo mundo sabe, porque declaro isso em alto e bom som. Mas o que é mesmo incrível, e eu quero contar para vocês, é o conhecimento que ele tem de mim. A sua perspicácia é algo que me surpreende sempre. Não é que, hoje, conversando com meu pai sobre o meu último roteiro pelo interior e o trabalho no meu escritório político, de repente ele correu os olhos sobre mim, como querendo constatar se aquelas boas notícias traduziam meu real estado de espírito e disse: “Mas tem algo que está te incomodando...”! Eu tive que rir da sapiência daquele homem de 86 anos e respondi brincando que estava tudo muito bem, apenas que, na outra vida, se é que ela existe, eu queria vir menos intensa e não levar tão a sério as coisas. Aí ele, de pronto, disse “ então virás outra pessoa e não a Mônica, que é diferente e por isso é especial”. Conversamos por um longo tempo sobre tudo e saí de alma leve e fortificada. Consolidei minhas ideias e, mais importante que isso, ele me fez entender que é um ganho ser comprometida e dedicada. Em homenagem a esse sábio guerreiro que é o meu pai, meu amigo e meu porto seguro, posto aqui no blog a nota que saiu hoje no jornal Zero Hora no Informe Especial. Essa semana eu fui na posse do novo Presidente da Bienal, Luiz Carlos Mandeli e lá encontrei e conversei com muitos amigos, entre eles o jornalista Tulio Milman, que pediu notícias do meu pai.
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