domingo, 18 de julho de 2010

Proteção

Começa agora uma fase mais agitada na minha vida e estou procurando administrá-la com muito equilíbrio e bom humor. Um exemplo são os inúmeros compromissos, as viagens e, por isso, a boa organização da agenda, que é feita todas as sextas-feiras pelas fieis escudeiras da minha campanha: Lisi e Andréia. Confesso que nos últimos dias, fiquei com pena dessa dupla dedicada que se desdobra de todas as maneiras para atender a tarefa, ainda mais elas lidando com uma pessoa que é do batente, que coloca a mão na massa, que não é candidata de gabinete e por isso o nosso dia-a-dia é tão cheio e movimentado. Pois bem, desde ontem pela manhã, estou envolvida com o meu comitê político. De calça jeans, blusão, cabelos presos por um passador no alto da cabeça, botas e luvas de borracha, eu, junto com um grupo de mulheres trajadas da mesma maneira e ao lado de homens colaboradores voluntários, assumimos a missão de deixar em condições de uso esse local que esteve abandonado por vários anos. O trabalho tem sido árduo, mas muito, muito proveitoso, porque são momentos em que compartilhamos o riso e as lágrimas. Vou contar para vocês um pouco do que aconteceu nesse sábado. Havia uma madeira no alto da sacada que estava feio e tirava a visibilidade da frente da casa, então as mulheres decidiram que ele deveria ser retirado. Fizeram um mutirão e puxaram, caindo estateladas no chão, felizes agarradas ao tronco de maneira. Depois, foi a vez de retirar um carpete velho que estava grudado no piso. Fizemos um verdadeiro cordão humano para conseguir arrancá-lo, outro tombo bem tomado e ainda completamente afogadas na poeira que levantou. Isso me fez pensar que a natureza é mesmo algo incrível, pois nós do sexo feminino não temos a força física, mas, ainda bem que, em contrapartida, somos uma fortaleza por dentro. Pausa para o almoço e todos sentados no chão da casa, cachorro quente e coca-cola. Foi uma festa só. Passamos a tarde no limpa e tira entulhos. Aos homens coube pregar madeiras, colocar tijolos, arrumar fechaduras e trincos. Eram 17h quando decidimos parar a empreitada, porque ainda não ligaram a luz e ficaria impossível continuar. Nesse momento o Rodrigo e eu reunimos os amigos e fizemos um agradecimento. Foi de emocionar, pois lembramos do estado em que encontramos aquele local e vimos, juntos, como estava ficando, sabendo que aquilo só estava acontecendo pela ajuda de todos os colaboradores voluntários. Por sugestão da Andréia, rezamos de mãos dadas um Pai Nosso e o interessante é que após a reza, a Andréia fez uma prece pedindo a Deus que me desse saúde, me protegesse de todos males e perigos do trânsito nessa minha nova caminhada política. Quando ela falou isso eu logo pensei que era por causa das estradas por onde tenho andado e ainda andarei em campanha. Dei um beijo em todos e fui para o carro. Subi a Protásio Alves para entrar na primeira rua à direita após a Lucas de Oliveira. Fiz a curva e senti meu carro derrapando. Foi numa fração de segundos que escutei um enorme barulho, olhei pelo vidro retrovisor, vi o carro de trás em cima de uma árvore e me dei conta que, para não bater em mim, ele subiu na árvore. Senti um frio no corpo todo, fiquei com medo que a pessoa tivesse se machucado. Estacionei logo na frente e enquanto abria a porta já liguei para o Armando e o Rodrigo avisando do ocorrido. Sai caminhando em direção a batida, que não sei como não foi maior perto do estrondo que deu e o cidadão ao me ver  falou: "Eu te conheço da televisão! É muita sorte minha uma batida dessas!”  Eu, tonta de susto, olhei para ele e fiquei feliz da vida que estava sem um arranhão. Logo chegaram o Armando, Andréia e Rodrigo. Soubemos que tinha óleo na pista, parece que vazado de um ônibus. Dei o meu cartão para ele, para que fosse na oficina fazer um orçamento, afinal havia quebrado a sinaleira e dado uma pequena amassadinha na lateral. Acabamos conversamos sobre política e ele disse que agora tinha uma candidata - e eu tive que rir do alto astral do rapaz, além de agradecer a Deus que nada de sério lhe aconteceu. Na despedida, ele falou: "eu tive que escolher entre bater no teu carro e na árvore, preferi a segunda opção". Eu agradeci e o Armando falou: "foi a oração que te protegeu”! 
Agora estou em casa e já estava planejada para escrever e postar sobre os últimos eventos e locais que visitei na semana, mas primeiramente, quis compartilhar com vocês este susto que levei e que me fez pensar o quanto podemos ser surpreendidos pela vida.


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