O celular tocou e, ao atender, escutei a voz do meu pai falando: "Minha filha, morreu um Coronel nosso amigo, vamos juntos no enterro?" Eu respondi que não podia porque estava longe, na cidade de Santiago e perguntei do que o amigo tinha falecido e ele saiu com essa: "De morte morrida". Então, eu, com a intenção de tranquilizá-lo, disse que deveria ter sido uma boa partida, ao que de pronto meu pai arrematou: "Ora, minha filha, nenhuma partida é boa, nem para quem parte e nem para quem fica, porque sempre se quer viver mais." Por alguns segundos eu fiquei sem ter o que dizer, a não ser concluir que ele tem razão. Toda a partida é precoce, inesperada ou injusta, todo o adeus é doloroso, mesmo quando é chegada a hora de ir embora. É íncrivel esse meu pai, que mesmo à distância, consegue dar uma boa lição.
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