A capital dos gaúchos é maravilhosa! A primavera já coloriu as ruas e deixa no ar uma mistura de perfumes adocicados com a beleza do visual que em nenhum lugar do mundo é igual. E olha que eu já viajei bastante e conheço muitas cidades lindas, mas garanto que nenhuma, nenhuma mesmo, tem o estilo de Porto Alegre. Meu sábado foi dos deuses! Coloquei tênis, vesti malha de ginástica, boné, óculos e nos ouvidos, músicas italianas, minhas preferidas. Saí cedo para caminhar. Andei muito! Comecei pelo meu bairro, que é a Bela Vista, e fui até o Parcão no Moinhos de Vento, o que dá uma boa distância. Subi e desci lombas, passei por praças, apreciei casas antigas que ainda restam na cidade - e quem me dera poder preservar todas elas!
No caminho reparei vários prédios novos e sempre fico impressionada com a rapidez com que ficam prontos. Quando cheguei no Parcão, respirei aquela natureza verde e tirei os fones para escutar o canto dos pássaros, que tomavam conta da cena. Dei uma volta inteira pelo parque e depois me sentei num banco em frente ao lago. Fiquei ali por uma meia hora admirando as tartarugas que, em cima das pedras, colocavam a cabecinha para fora para aproveitar o sol. As crianças andavam de bicicleta e homens e mulheres, sentados nas suas cadeirinhas de praia, curtiam aquela manhã ensolarada de outubro. O pipoqueiro atendia uma enorme fila. Ao seu lado, o moço do algodão e outro com refrigerantes. O rapaz do algodão, alegre cantava para a gurizada:” olha o algodão doce como o mel!” Nesse momento eu me lembrei que o mel na minha casa tinha terminado e que precisava comprá-lo, mas só me dava conta disso na hora de tomar café. Muita gente correndo e caminhando, outros lendo na grama em cima de uma toalha de praia. O Parcão é a praia de outono, inverno e primavera dos porto-alegrenses! Levantei e segui em direção a rua 24 de Outubro.
No caminho encontrei amigos e parei para conversar. Me despedi e retomei minha caminhada rumo a Padre Chagas, rua charmosa pelos seus cafés que muito lembra a Recoleta em Buenos Aires. Havia ligado para a Juliana se encontrar comigo na calçada em frente ao Z Café. Em questão de segundos chegou a minha dupla querida: Martina e Juliana. Dei a mão para a pequena e saímos caminhando devagarinho, porque os passinhos dela ainda são curtos.Quando passamos em frente a um dos cafés, fui parada pela turma da confraria do Moacyr Zanducliver. A mesa estava lotada e todos queriam contar que votaram em mim, estavam ansiosos e queriam saber meus planos para o futuro. Que turma querida! Mais uns passos e encontrei o Ricardo Russowsky, outra boa conversa.
Na cafeteria, logo na entrada, a Jane Salgado, juíza, amiga de longa data de Torres, que foi minha vizinha de veraneio por muitos anos e nossos filhos cresceram juntos.A Jane estava com a filha e dois netos. Gostei demais de tê-la encontrado.Quando me sentei para tomar o meu café, acho que já havia passado uma hora e meia desde que tinha chegado na rua com esse propósito, mas foram tantas as pessoas amigas que encontrei, que demorei.Foi quando me virei para a Juliana e falei: "minha nossa, como este bairro está maravilhoso! E o Parcão como está lindo"! Ela,de pronto, comentou: "Mãe, a rua e o Parcão estão iguais, nada mudou, algumas coisas a mais, mas tudo bem igual há quatro anos atrás. Tu é que ficaste distante, ora no governo, ora em campanha. O teu tempo e energia foi para o Rio Grande, agora ele tem que ser todo teu"! Ali estava o criador recebendo uma chamada da criatura...
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