Hoje me encontro imediatamente após a conclusão de um desafio a que me propus enfrentar: o de ser candidata a Deputada Estadual para disputar uma vaga na Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul. Não há outra opção senão serenar, respirar fundo e me concentrar na reflexão sobr e tudo fiz para o cumprimento dessa missão, certa de que fui além das minhas forças, num motocontínuo que me conduziu desde o dia 31 de março. Saí do governo nesse dia, desprovida de qualquer estrutura, tendo apenas o meu nome, minha história e uma enorme vontade de trabalhar pelo Rio Grande. Montei meu escritório político numa sala no centro da capital e ali planejei minha campanha, para executá-la na data permitida pela legislação eleitoral. No dia 6 de julho, coloquei a campanha na rua e sem ter base eleitoral como candidata do interior, fiz contatos com lideranças e apresentei minhas propostas. Visitei apoiadores e busquei doações para viabilizar a minha campanha. Em 30 de julho meu comitê foi inaugurado em um casarão que precisou de todo reparo e limpeza possíveis, e depois de um grande e emocionante mutirão, conseguimos habitá-lo.
Nesse tempo, fui a um grande número de locais e eventos, montando uma agenda repleta para conseguir divulgar a minha candidatura a deputada estadual. Participei de carreatas, caminhadas e encontros no interior e na capital. Visitei mais de oitenta cidades e não vou esquecer jamais a acolhida que recebi do povo gaúcho. Atuei como comunicadora, mantendo meu blog sempre atualizado e aderindo a todas as ferramentas de comunicação, como facebook, twitter e site, além de colocar meu perfil em espaços oferecidos na mídia para acesso dos eleitores. Eu trabalhei dia e noite, movida pelas minhas convicções e pela dedicação de pessoas que acreditam no meu projeto político. Só lamentei mesmo não conseguir atender a todos os convites e pedidos de presença que recebi, todos muito importantes e bem-vindos, e vontade jamais me faltou, foi unicamente por uma razão: por eu ser uma só e ser humanamente impossível no tempo previsto de uma campanha. Na esteira disso tudo, vieram algumas surpresas com o posicionamento de pessoas e instâncias com quem tive que interagir e tratar, que deveriam estar ali para ajudar e facilitar, mas que dificultaram, com boicotes e omissões.
Pude sentir na pele algo que pensei ter ficado pra trás na época do coronelismo br asileiro, que é a existência de verdadeiros feudos políticos em algumas cidades do interiro gaúcho, onde até diretórios de partidos políticos, que tem que receber todos seus filiados, se transformam em comitês de um determinado candidato. Esse mesmo tipo de candidato busca votos na capital, porém o candidato da Capital é tratado como um forasteiro nas cidades dominadas por esse político. Para mim que vivo o Brasil de hoje, e desenvolvo meu trabalho, minha carreira e minha vida pessoal dentro de um regime político democrático e que estabeleço boas relações com pessoas de todos os partidos, nunca por demagogia e sim por tratar a todos com respeito e civilidade, não consigo conceber este aspecto nocivo das campanhas.Como ainda há pessoas que delimitam feudos e que determinam aos eleitores deste local em quem votar? Por todos esses motivos eu sou favorável a duas modificações em matéria eleitoral: voto distrital misto e financiamento público de campanha.
Em qualquer eleição eu serei uma candidata oriunda de Porto Alegre, pois nasci e vivo aqui, mas a minha causa é maior, é o Rio Grande do Sul e sua gente e em todos os recantos onde eu andar, sempre irei encontrar muitos gaúchos que pensam como eu, e, graças a Deus, também terei a capacidade para conquistá-los e o direito de representá-los.
Nesse
Aqueles que por alguma razão estiveram longe, talvez por não se darem conta da dimensão e importância desse meu momento, eu quero dizer que fizeram muita falta, pois uma campanha não se faz de vez em quando, se faz intensamente a todo momento. Acompanhando a apuração dos votos iniciada ao final de domingo, no meu caso, decisiva já que não há segundo turno para deputado estadual, fui até o último minuto administrando expectativas, certezas e incertezas. Reunida em meu comitê com todos os meus colaboradores, o que me vinha a mente, numa forma de retrospectiva, era a bonita e expressiva colheita de sentimentos, resultados, impressões, incentivos e depoimentos positivos que me chegaram de todas as formas durante toda a campanha, que se traduziu em votos, mesmo que estes não tenham sido suficientes para me eleger. Também começa a vir no pensamento o que poderia ter sido e porque não foi, os erros e acertos, andamentos favoráveis e desfavoráveis conforme foi se formando o panorama ao longo do período eleitoral, conforme as decisões do meu partido, as decisões do partido do governo com o qual coligamos, a posterior perda de duas cadeiras na Assembleia e tudo que a partir disso se estabeleceu e resultou.
Volto no tempo, revejo a caminhada que me levou até a profunda vivência desse novo desafio a que me propus enfrentar, sinto o carinho e a força de todos que me apoiaram e tento compreender o que o presente me reservou. Só sei de uma coisa: valeu cada minuto!
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