Hoje foi o dia que encerrei por completo a minha caminhada de candidata a deputada estadual que iniciei no dia 31 de março, quando me propus a enfrentar mais um desafio político. Saí do governo nesse dia, munida apenas de uma enorme vontade de trabalhar pelo Rio Grande. Foram três anos e três meses de agenda intensa no executivo, e, mesmo precisando, não tirei férias ao encerrar minha gestão na Cultura. Achei melhor ficar e planejar a campanha para executá-la na data permitida pela legislação eleitoral e assim não perder o tempo, que já era curto. Então, chegado o dia, inaugurei meu comitê político numa casa da Avenida Protásio Alves onde passei os últimos meses, quando não estava na estrada rumo ao interior do Estado, visitando municípios, fazendo contatos com lideranças e apresentando minhas propostas. Foram dias, noites, finais de semana e feriados de muito trabalho dentro e fora daquela casa, onde acontecia a logística da campanha. Todas as pessoas que formavam a minha equipe, em algum momento do dia, passavam por lá. O interessante é que o local servia para muito mais do que troca de ideias, ou de recebimento e prestação de tarefas. Lá havia um compartilhamento de sentimentos por uma causa.
Depois do dia 3 de outubr o, muitos dos que estavam nessa equipe seguiram seu caminho, afinal, era preciso recomeçar. Com isso, aquele movimento das pessoas que entravam e saiam do comitê de campanha foi substituído pela presença de oito pessoas que de maneira espontânea, sem eu pedir, se doaram nesses vinte e oito dias. Essas pessoas ficaram para que eu não “apagasse a luz” sozinha. Muito escutei essa expressão na minha casa quando menina. Meu pai falava sempre que vencer todos sabem, tanto o vencedor como os seus. O que poucos sabem é perder. Ah, como me são úteis as lições do Pedro Américo Leal. Não me canso de agradecer por aprender com suas experiências e constatar que sou feliz por colocá-las em prática. Uma delas é fechar a porta de maneira correta quando algo chega ao fim. E foi assim que eu me dediquei de corpo e alma, cabeça e coração para cuidar de todos os detalhes dessa minha trajetória política. Nesse mês de outubr o, após o término das eleições de primeiro turno, estive todos os dias no comitê para providenciar o encerramento de tudo, desde a desmontagem do espaço, a mudança, até a entrega da minha conta de campanha ao Tribunal Regional Eleitoral. Tinha muito o que fazer, pois havia móveis para retirar e material para organizar, sendo que alguns eu queria guardar, outros não e isso requer atenção, planejamento, e dá trabalho. E agora, fazendo uma retrospectiva desse tempo, penso que, de fato, conheci criaturas muito especiais. Na verdade, me atrevo a dizer que só conhecemos as pessoas nas adversidades. Quero aproveitar o meu blog, que é uma poderosa ferramenta de comunicação, e contar para vocês um pouquinho de cada uma dessas maravilhosas criaturas que estiveram ao meu lado até o fim.
A Ida, experiente e competente contadora, cuidou da conta da minha campanha e olha que isso não é uma tarefa fácil. Reconheço que sou extremamente rigorosa com as notas, recibos, entrada e saída de dinheiro, no cumprimento da lei eleitoral. Ela logo captou o meu jeito e tivemos total sintonia. A Ida, além de ser uma profissional de orgulhar a classe dos contadores, é um ser humano justo e bondoso. O advogado Décio Nogueira, uma maravilhosa indicação que veio do meu pai e dos meus irmãos, foi o coordenador da minha campanha de julho em diante, quando decidi modificar algumas coisas que não condiziam com meu jeito de ser, visto que sou de natureza simples, espontânea, respeitosa e um trator para trabalhar.Pois o Décio com o conhecimento de quem já fez diversas campanhas em nível municipal, estadual e Presidencia da República, foi valoroso nesse processo perverso que é concorrer contra os candidatos com estruturas de gabinetes, emendas parlamentares e feudos políticos em algumas cidades do interior gaúcho, onde até diretórios de partidos políticos se transformam em comitês de um determinado candidato e onde o candidato da capital é visto como um forasteiro. Ele deveria ter voltado para o seu escritório de advocacia, mas, por iniciativa própria, ficou para cuidar da pior parte: o final.
Evandro, é um jovem que conheci nessa minha campanha. Ele faz tudo, e o que é melhor, muito bem feito. Ele pensa na frente e atua, não espera que alguém peça. É um rapaz precioso, principalmente quando temos que dar conta de uma imensidão de coisas com sabedoria. O Arthur, daquele jeito silencioso e discreto que é sua marca registrada, foi importantíssimo com seu conhecimento de internet e suas ferramentas. Ele está sempre pronto para ajudar e em todas as frentes. A Lisi Favero, que está comigo desde a época em que fui vereadora, ajudou muito na separação do material de propaganda, aquilo que iria fora e aquilo que seria guardado. Minha nossa, que trabalheira que deu, mas ela com seu toque professoral e carinhoso, arrumou tão bem que dá gosto de olhar. O jovem Kaká foi meu bom vigia, aquele que guardou o local durante as noites do mês de outubr o, pois haviam computadores, telefones, impressoras, rádios, geladeira, microondas e máquinas fotográficas. A Gilda, que tem um enorme bem querer pela família Leal, com sua sabedoria popular, foi preciosa nas suas observações, que sempre foram para me proteger. A Rose, de forma abnegada, sem eu pedir, abr iu mão do convívio com a sua família e, em tempo integral, cuidou de mim e das minhas coisas. Daquele jeitinho de "meu eterno Anjo da Guarda", ela fez tudo ficar melhor.
Aqui viro uma importante página da história da minha vida e mais uma vez meu sentimento é de que valeu cada minuto, pois a minha campanha foi respeitosa, verdadeira e teve todos os serviços contratados pagos e os compromissos firmados, honrados. Obr igada, de coração. Fica a certeza de missão cumprida!
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