quarta-feira, 24 de novembro de 2010

TOMADA DE POSIÇÃO

Jamais vou me esquecer da experiência maravilhosa que vivi ao passar pelo meu curso de jornalismo na FAMECOS, da Pontifícia Universidade Católica. Cursei a faculdade casada e mãe de três filhos. É que eu casei muito cedo, aos 17 anos. Naquela época isso era comum, pois as moças eram criadas para casar e ter filhos e eu cumpri essa trajetória, deixando a continuidade dos estudos para depois.  A minha família, na sua grande maioria, é composta por advogados, e, quando avisei que faria vestibular, houve uma respeitosa campanha para que fizesse para o Direito, mas não adiantou, pois estava definida pelo Jornalismo, aliás, nem indiquei a segunda opção. Fiz o curso de maneira dedicada e apaixonada. Nunca faltei as aulas. Saía da faculdade para casa e estudava nas horas em que tinha folga das crianças. Os trabalhos em grupo eram sempre na minha casa, pois assim podia ficar perto dos meus filhos. A minha turma era de jovens da capital e alguns poucos do interior.Tive grandes mestres que influenciaram barbaramente na minha maneira de atuar na Comunicação, cada um, do seu jeito, imprimiu no meu perfil profissional suas marcas.

Sérgio Britto e Magda Cunha, professores extremamente rigorosos no cumprimento das tarefas e horários, com suas aulas práticas, despertaram o meu amor pelo veículo rádio. Cada aula era um boletim informativo com notícias quentinhas para levar ao ar e isso implicava em fazer pesquisa cedo da manhã. Com eles aprendi a analisar as notícias. As provas e os trabalhos de rádio eram o terror dos alunos.Teve um mês que meu marido ia para a Finlândia como advogado de uma empresa de radiologia que tinha adquirido máquinas lá e precisava resolver questões jurídicas, e por ter ganho passagem e estadias, queria que eu fosse junto, mas não fui porque tinha uma prova da cadeira de rádio. Se viajasse, ficaria em G2 e isso não passava pela minha cabeça, pois me empenhava em tudo e guardava as faltas para as doenças das crianças. 

Falando nisso, no ultimo ano, o Felipe, meu filho mais novo, teve que fazer uma cirurgia que aconteceu dois dias antes da prova de Jornalismo II. O professor Jacques Wainberg falou: "Mônica, filho em cirurgia, é melhor você fazer a prova outro dia, apresente um atestado". Não quis. E naquele momento pensei: aceito a sugestão do mestre, que sabe que a prova será difícil para uma aluna com poucas horas de sono ou encaro e vou à luta? Escolhi a segunda opção. E é esse tipo de superação que me faz refletir hoje sobre as tomadas de atitudes que temos que ter na vida, quando elas nos obrigam a ter iniciativas verdadeiras, a abrir novas frentes ou a mudar de rumo. Particularmente, me identifico com uma frase: "A felicidade acontece quando a razão e a emoção se encontram na realização de uma atividade prazerosa".Transformei essas palavras em reflexão e busca para a minha vida.

Nos últimos anos eu me dediquei muito a tudo que fiz. Aprendi, errei, acertei, vivendo cada coisa, intensamente - o que me ajuda a estar sempre pronta para decidir e trilhar novos caminhos quando é preciso.

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