A convite do Grupo Anne Frank-Wizo, que é formado por mulheres da comunidade judaica do Rio Grande do Sul, estive no evento “Jantando com a OSPA”. O salão do Centro de Eventos São José do Hotel Plaza São Rafael estava completamente lotado. Havia cerca de quinhentas pessoas que aplaudiram com muito entusiasmo a apresentação da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre. Além de ser maravilhoso o privilégio de escutar um excepcional repertório de música erudita numa noite de quinta-feira, fiquei contente por participar de um momento histórico na vida cultural do Rio Grande, a união de forças para a construção da sede própria da OSPA e, também, de estar junto a uma instituição cultural que sempre acompanhei, mesmo antes de ser Secretária da Cultura do Estado. Isso me faz lembrar que já se conta muito tempo que a nossa orquestra busca um espaço para o seu teatro.
Há uns dez anos foi feita uma licitação para a obra, que ficaria perto da Usina do Gasômetro e Cais do Porto; foi escolhido o projeto vencedor, mas a construção não aconteceu porque a prefeitura não deu a licença. Na verdade houve uma incombatibilidade política entre o governo municipal e o estadual, pois na época a prefeitura era do PT e o estado do PMDB. É daquelas coisas que ninguém acredita que existe. Depois disso, a OSPA quase ocupou uma área junto ao Shopping Total quando este iria ser construído. Teve até uma cerimônia festiva de lançamento da pedra fundamental, mas logo os moradores dos arredores, com apoio de ambientalista, deram o contra e fizeram um forte movimento, impossibilitando que a orquestra tivesse seu espaço.
Acompanhei toda a luta do presidente Ivo Nesralla e participei dela quando era vereadora da capital e vice-líder do Governo Fogaça e chegou na Câmara Municipal o projeto para a construção do tão sonhado teatro. O local era o Parque Mauricio Sirotsky, junto a essa casa legislativa. Foi uma batalha difícil, porque as galerias estavam repletas de ambientalistas com cartazes contra. Eles diziam que a orla do Guaíba seria prejudicada pelo concreto. Respeitei essas manifestações, mas segui as minhas convicções e articulei com as bancadas: junto com os vereadores consegui aprová-lo e vibrei com essa vitória. Por exemplos como este, chego a conclusão que gosto mais do parlamento do que o executivo. Da Câmara, o projeto foi enviado para a SMAM que, em 2008, promoveu uma audiência pública que colocou fim no calvário que foi essa busca, possibilitando a futura construção do teatro.
Encontrei tanta gente conhecida, todos admiradores da nossa Ospa, todos em prol de uma nobre causa e ainda alimentando o espírito com música. Estava sentada numa boa mesa comandada pela querida Ala Filkenstein, porém, assim que meu irmão João Pedro soube da minha presença no evento, pediu licença para as pessoas que me faziam companhia e levou-me para ficar com ele e minha cunhada Cristina e os amigos Eduardo e Maria Helena Macedo Linhares e o casal Marcantonio. A conversa girou entre política, agricultura e pecuária, pois o Eduardo tem campo em Uruguaiana. Depois do jantar, quando a orquestra já havia se retirado, recebi uma enorme visitação na mesa e também abraços de pessoas que não conhecia e foram se apresentar como admiradores da minha atuação na vida pública.
O que mexe com meu coração são as manifestações dessas pessoas. Tiveram algumas que me surpreenderam pela maneira incisiva, claro que com afeto e sinceridade, num estilo cobrança, de me dizer que vão continuar votando em mim, já querendo saber dos meus planos, como se disessem que contam comigo e que querem que eu continue. E na esteira disso, foi marcante a expressão de inconformados da Sofia Isdra, da Marlene Wolff, do Moacyr e da Deborah Rabin, Roberto Weber, Marcelo Gus, Clarissa Nestrowsky, Pedro e Matilde Gus, Milton e Roseli Melnick. Confesso que isso é o que faz tudo valer a pena. Minha nossa, como faz bem para a alma essa confiança declarada das pessoas amigas e também daquelas que eu não conheço.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.