Adoro crianças e penso que me entendo super bem com elas. Talvez o fato de eu ser de uma família numerosa, onde sempre foi natural os irmãos mais velhos cuidarem dos menores, tenha contribuído muito para isso. Eu sou a filha do meio, portanto o legitimo “sanduiche”, então, fui cuidada e também cuidei dos meus irmãos.
Casei cedo e fui uma mãe jovem. Nos anos 70/80 a maioria das gurias quando se formavam nos cursos de cientifico, normal ou clássico, já estavam noivas, fazendo enxoval e de casamento marcado. Naquela época a realidade das mulheres era essa.
Tive três filhos os quais cuidei com tamanha vontade e dedicação que resultaram em seres humanos especiais e completos - tenho um imenso orgulho deles.
Tive três filhos os quais cuidei com tamanha vontade e dedicação que resultaram em seres humanos especiais e completos - tenho um imenso orgulho deles.
Contei com a ajuda de pessoas competentes que cuidavam das crianças enquanto eu trabalhava.
A minha rotina era casa e trabalho, sem vida social.Foi uma escolha que fiz para cuidar bem da família e conseguir trabalhar. Hoje vejo que acertei. Me dividia entre as crianças e a Pronta Entrega Moda Rio.
A minha rotina era casa e trabalho, sem vida social.Foi uma escolha que fiz para cuidar bem da família e conseguir trabalhar. Hoje vejo que acertei. Me dividia entre as crianças e a Pronta Entrega Moda Rio.
Fui empresária de moda feminina durante quinze anos e nessa área o que determina o sucesso das vendas é a compra, algo que eu sabia fazer como ninguém. Na moda existem períodos “chaves” que são os lançamentos das estações. Quando o verão acontece já é o lançamento de inverno e vice versa.
Nas minhas viagens mais demoradas, sempre levava as crianças com uma babá junto e quando não dava, ia num dia e voltava no outro. Por sorte, meu pai, que é carioca, tinha um apartamento no Rio de Janeiro o que facilitava bastante, pois eles sentiam-se em casa.
Foram muitas as vezes em que a Juliana, pequena, me acompanhou nos desfiles, nas escolhas de mercadoria e decisões de quantidade, e em que o Marcelo e Felipe brincaram na sede da pronta entrega que ficava na rua Vasco da Gama, enquanto eu atendia os lojistas.
O que eu quero dizer com isso é que fui criada sem frescura e os meus filhos também. Verdade, dever, disciplina, confiança e muito amor foram os ingredientes básicos para uma boa relação com as minhas crianças. Agora estou fazendo o mesmo com a Martina e a Marcela.
Nesses dias que fiquei em Torres, percebi que a Martina com apenas dois anos e quatro meses declarava para a Marcela, de um ano e três meses, que a avó era só dela. Então, comecei a conversar com a Martina sobre o assunto e parece que está dando certo. Claro, tudo dentro da compreensão de uma criança, ou seja, através de historinhas. Como ela reinou durante um ano como "neta única", sinto que tenho que trabalhá-la aos poucos.
Falando em Martina, outra coisa interessante que aconteceu foi o caso do vestido da Branca de Neve. A Martina adora esse personagem do clássico infantil e eu trouxe para ela dos Estados Unidos, uma fantasia linda, que assim que viu vestiu e não tirou mais.Tive até que improvisar uma bainha de fita adesiva no próprio corpo dela.
Pois não é que a guriazinha abriu um esmalte vermelho e derramou no vestido?
Pois não é que a guriazinha abriu um esmalte vermelho e derramou no vestido?
O resultado foi um choro tão sentido que me comovi e prometi tirar a mancha. Ela acreditou e na mesma hora parou de chorar. Eu sabia que precisava encontrar uma solução, mas quem pinta as unhas sabe que acetona é a única coisa que tira esmalte, mas em compensação, faz um rombo no tecido.
Fui em busca de uma costureira que topasse fazer um “transplante” de tecido, tirar da barra e colocar no meio do vestido, fazer um acabamento com uma fita amarela da cor do cetim. A ideia eu tinha na cabeça, faltava o mais complicado, que era chegar nessa “salvadora da fantasia”.
Algumas ligações e descobri uma casa de consertos de roupas disposta a assumir o risco. Achei melhor levar a Martina junto na empreitada, pois assim ela entenderia caso não desse certo. A pequena carregava o vestido da Branca de Neve como se fosse o seu maior tesouro.Três gentis senhoras analisaram a roupa de cima para baixo, trocaram opiniões, mediram e desenharam a reforma que fariam. A Martina acompanhou tudo com muita atenção. Na despedida pude notar pelo olhar de cada uma das costureiras que tinham abraçado a missão e conseguiram passar isso para a Martina, que saiu confiante.
Dois dias depois buscamos o vestido, que ficou perfeito e a pequena Branca de Neve voltou a reinar pelo jardim da minha casa, que para ela é uma floresta.
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