Encontra-se para votação na Assembléia Legislativa, o projeto de lei sobre o plano de cargos e salários da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre.
Os representantes da associação dos funcionários da fundação da orquestra, com quem tive a oportunidade de conversar pessoalmente, estão travando uma luta diária para a conscientização da importância da causa e pelo comprometimento de cada um para a melhoria das condições de trabalho, pelo bem da instituição e, na prática, pela votação do projeto pelos nossos deputados ainda este ano.
O plano de cargos e salários em questão, pede a reestruturação do quadro de músicos e de funcionários administrativos da orquestra, passando pela realização de concurso que visará o preenchimento das 120 vagas para instrumentistas que a orquestra exige e que atualmente é de 84 músicos.
Isso vem ao encontro da meta de conclusão das obras da nova Sala Sinfônica e sede definitiva da orquestra, prevista para 2014, quando a vontade de todos é habitar aquele espaço de forma plena, regularizada e ativa, incluindo corpo de professores para a reativação da Escola da Ospa.
A efetivação das medidas propostas, vai refletir diretamente na auto-estima e valorização dos músicos, que batalham pelo aumento justo de seus vencimentos, por um local adequado para ensaios, concertos, armazenamento de seus instrumentos e realização de atividades de extensão que agirão na formação de novos músicos e de plateia, sempre baseados em ações educativas.
Lembrando a frase do escritor Erico Veríssimo (hoje, no dia de seu aniversário de 107 anos), que com orgulho afirmou, “Eu venho de uma cidade que tem uma orquestra sinfônica”, reflito sobre o significado que é termos em nosso estado uma orquestra mantida e incluída pelo poder público como um de seus agentes de cultura e desenvolvimento e como isso retorna à população.
Só quem já viu pode atestar o alcance positivo e transformador de um concerto da Ospa no interior do estado, quando a comunidade inteira se mobiliza, comparece e se sente beneficiada. É lindo de ver. Escrevo isso, às vésperas da importante votação do projeto na Assembleia, pois me interesso e faço questão de acompanhar o desenrolar do processo. Como secretária da Cultura que fui, tive o privilégio de me tornar uma espectadora ainda mais próxima do trabalho da orquestra e de toda sua dimensão cultural e social.
Desde que iniciei a minha gestão, muitas foram as reuniões com o Presidente da Fundação, Ivo Nesralla, sempre pautadas na necessidade de encontrar soluções, alternativas e equações que permitissem o governo estadual tratar e administrar a Ospa de forma coerente a sua importância, num somatório a todo o trabalho já realizado pela fundação, seus funcionários, seus músicos e sua associação tão atuante.
Mas, o mais curioso é que quando eu ainda nem sonhava que seria uma secretária de cultura, sendo uma vereadora em primeiro mandato e vice-líder do Governo do Prefeito Fogaça na Câmara Municipal, incentivei e conduzi a aprovação da construção da nova sala da nossa Orquestra, ali, ao lado do terreno da Câmara, às margens do Guaíba, conquistando a unanimidade de votos favoráveis dos vereadores em meio a fortes movimentos contrários que eclodiam. Em seguida a essa passagem da votação, dentro daquelas coisas surpreendentes que acontecem na vida da gente, me tornei secretária e tive sob os cuidados da pasta a orquestra que como vereadora me empenhei em ajudar.
Torço pela aprovação do projeto da Ospa, contando que os deputados de todos os partidos tenham consciência de que a cultura é parte integrante da sociedade, agindo no entorno e na cooperação com a educação, com a saúde, a segurança e sempre na melhoria da qualidade de vida dos gaúchos.
Bela visão panorâmica da Ospa em atividade |
Projeto da Sala Sinfônica da nossa orquestra |
Os músicos André Carrara e Whilton Matos, a frente da Associação dos Funcionários da Fundação Orquestra Sinfônica de Porto Alegre |
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