A sessão representativa da Câmara Municipal, do último dia 31 de janeiro, contou com a presença de instâncias e instituições, como Corpo de Bombeiros, Brigada Militar, SMIC, SMOV e associações, foram expostos e debatidos temas pertinentes ao ocorrido em Santa Maria, ou seja, alvarás e planos de prevenção de incêndio. Lá, tive a oportunidade de conhecer pessoalmente uma guerreira.
Isabel Santos é mãe de Igor Carneiro, que foi morto em outubro de 2008 atingido por um tiro disparado dentro de uma festa em Porto Alegre.
Isabel falou uma coisa que não vou esquecer. Ela ouviu após a morte do Igor, que ele estava no lugar errado na hora errada, mas diz que o filho estava no lugar certo, na hora certa, era jovem, queria se divertir; foi oferecido esse espaço de diversão e ele foi.
O pesar, a dor e a revolta pela morte do filho, Isabel transformou em um sério trabalho de conscientização e prevenção para que festas e eventos frequentados por jovens sejam mais seguros, através da criação do Ficar – Instituto Igor Carneiro.
Naquele dia no plenário, a presidente da ong, junto com Marcos Daudt, passaram de mesa em mesa dos vereadores distribuindo o material do Instituto. De um lado do folheto, a seguinte frase: A vida é uma grande festa. Você não precisa sair mais cedo.
Do outro lado: Divirta-se sem abrir mão da segurança. Veja as principais dicas do Ficar para a balada ser mais segura.
Em seguida são elencadas recomendações e lembranças quanto aos cuidados que devem ser tomados pelo jovem frequentador, pelos estabelecimentos que realizam as festas, a conduta durante o evento, uso de bebidas alcoólicas, drogas, envolvimento em brigas.
Detectores de metais ou revista manual são sugeridos para impedir a entrada de armas – justamente o que matou Igor.
Me chamou a atenção que consta um importante item que vem ao encontro de toda essa tragédia de Santa Maria - a recomendação de se informar se o local da festa comporta o número de pessoas previstas, se tem equipamentos de segurança, como extintores e luzes e saídas de emergência.
A ação deles vem sendo semeada nesses últimos anos, de festa em festa, na busca de apoiadores e ampliadores dessa rede de cuidado que atua na valorização da juventude, coisa que não ocorreu em Santa Maria.
A divulgação leva mais gente conhecer e se engajar na necessidade de agirmos na prevenção, na lei, exigindo direitos como consumidores, exigindo deveres e respeito dos que promovem os eventos, isso sem falar na fiscalização permanente dos órgãos competentes.
Como venho dizendo, segurança é um assunto que não pode se submeter a prazos de validade.
Meus parabéns e admiração ao trabalho da Ficar.
http://www.ficar.org.br/
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