Relembrando o longo mês de julho vivenciado pela nossa Câmara de Porto Alegre, entramos no mês de agosto ainda na grande análise do que foi o episódio da invasão do plenário no dia 10 de julho, que perdurou por oito dias e transformou o legislativo municipal em um verdadeiro circo de baderna.
Do dia 16 ao dia 31 era o recesso parlamentar, já previsto na Lei Orgânica do Município, então, o período iniciou com os manifestantes ainda na Câmara e isso significou que o trabalho para os vereadores que se envolveram de corpo e alma para o fim da invasão, não teve pausa.
Mas, também houve os que trabalharam apoiando e auxiliando o grupo invasor, orientando e mediando suas reivindicações!
Eu, que me posicionei na defesa da casa do povo, que sofreu este atentado antidemocrático orquestrado, tive dias intensos e estressantes como há tempos não vivia. Isso porque, eu não sei fazer nada pela metade.
Creio que a minha natureza ativa e meu talento para cumprir as missões que me são dadas, foram moldados pela criação militar que recebi.
Nesses dias de muitas articulações, reuniões, audiências e demandas da imprensa, além de ser uma vereadora de Porto Alegre, repassei meus tempos de assessora de gabinete do vereador Pedro Américo Leal, meu pai, quando fazia a comunicação.
Além de ter substituído o líder do meu partido na Câmara, vereador João Carlos Nedel, justamente nos dias críticos da invasão, posso dizer que fui também assessora de imprensa da Câmara, informando os veículos que estavam proibidos de cobrir o episódio, pois a liberdade dos jornalistas foi cerceada pelos invasores.
Foi uma situação limite que surgiu, onde quem quisesse contribuir teria que dar tudo de si, não medir esforços, pois estávamos como numa operação de guerra.
E assim agi, alerta, trabalhando na prevenção, atuando em todas as frentes.
Me expus, sacrifiquei agendas pessoais, participei de programas de rádio e TV a hora que fosse, vivi a invasão do início ao fim, mesmo impedida no meu direito básico de ir e vir no meu próprio local de trabalho.
Hoje, olhando para trás, como vereadora, jornalista e cidadã, já afastada da emoção, consigo fazer uma análise do que ficou e friso, como registrei no artigo intitulado “Um bem que se quebra”, publicado no dia 1º de agosto em Zero Hora, que aquele plenário e as relações dentro dele nunca mais serão os mesmos, depois que colegas apoiaram a invasão, desautorizando o poder da instituição Câmara Municipal de Porto Alegre.
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