Dois fatos acontecidos em Porto Alegre nesta semana me fizeram reafirmar, mais uma vez, que estamos vivendo uma total crise de autoridade e de respeito no nosso meio.
Numa Audiência Pública ocorrida na Câmara, solicitada pelo Instituto dos Arquitetos do Brasil do RS (IAB-RS), entidades de moradores e de ambientalistas, sobre o projeto de revitalização da orla do Guaíba, o convidado e autor do projeto, arquiteto Jaime Lerner, foi interrompido diversas vezes e muito criticado por ter sido escolhido pela prefeitura de Porto Alegre por Notório Saber, amparado no artigo 25, parágrafo 2º da Lei das Licitações.
A sucessão de críticas negativas, vaias e ofensas tanto ao arquiteto, que é ex-prefeito de Curitiba e ex-governador do Paraná e já eleito pela revista Time como uma das personalidades mais influentes do mundo, e aos representantes da prefeitura presentes, entre eles o vice-prefeito, Sebastião Melo, fez o prefeito José Fortunati se posicionar através de uma nota oficial, indignado pela maneira como eles foram tratados, declarando sua decisão de não mais enviar membros da prefeitura a debates dessa natureza realizados na Câmara Municipal.
O que aconteceu na audiência pública é o resultado do reinado do desrespeito, do vale-tudo na liberdade das expressões individuais se sobrepondo aos interesses públicos e coletivos.
Entendo e apoio a decisão do prefeito.
Entendo e apoio a decisão do prefeito.
Um dia depois, após as reivindicações de grupos de professores na frente do Palácio Piratini, em alusão ao Dia do Professor, mais uma vez a presença de encapuzados tumultuou a manifestação que descambou para a frente da residência do “vizinho” José Fortunati, que teve o edifício onde mora, na Praça da Matriz, atacado por vândalos.
Novamente uma manifestação saiu do controle e não foi contida.
Não podemos continuar convivendo com essas exacerbações voluntariosas e anônimas nas manifestações populares e inicialmente pacíficas feitas por infiltrados que vivem á margem e nada respeitam.
A segurança dos órgãos e dos gestores públicos, como um prefeito, assim como do patrimônio, tem que ser aplicada em todas as esferas do poder, assim como tem de ser garantida a segurança de qualquer cidadão no seu ir e vir nas ruas da cidade e de chegar e sair de sua moradia.
Pois neste dia, os moradores do prédio ficaram presos, acuados e apavorados com o que acontecia na rua, onde foram vistos baderneiros portando até facas.
O prefeito Fortunati tem o direito, como qualquer um de nós, cidadãos, de ter preservada a sua vida privada, o sossego do seu lar, o convívio com sua família e a relação que tem com sua vizinhança.
Porto Alegre assistiu a uma invasão desrespeitosa de privacidade, que deixa muitos prejuízos, degradação e medo.
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