quarta-feira, 12 de março de 2014

Violência urbana


Estamos assistindo a uma violência urbana nunca antes vista em Porto Alegre. Não há policiamento ostensivo ou preventivo nas ruas, mas também já não há segurança em lugar nenhum.
Os grandes estabelecimentos comerciais deveriam garantir a segurança em seus estacionamentos, mas não garantem, mesmo com pagamento, cancelas, cartões, câmeras e pessoal.
Eu sou uma motorista que só estaciono em estacionamento pago, justamente pela proposta de segurança que vendem, mas ontem fui vítima da bandidagem num deles.
No estacionamento do Shopping Bourbon Country, o carro da minha filha teve o vidro estilhaçado e foi arranhado.
Explicando: por uns dias, estou na casa dela, que está viajando com o marido e a filha mais velha. Me transferi para lá para acompanhar a caçula, que não viajou.  Durmo lá e durante o dia cumpro a minha rotina normal na Câmara. Em razão disso, utilizo o carro dela, pois já tem a cadeirinha e o carrinho, fica mais fácil. 
Opto por isso pois a minha casa não é própria para crianças, em função de ter escada, sacadas, e prefiro que os hábitos da pequena não sejam mudados.
Depois de participar do Jornal da Pampa, tive que ir ao supermercado pois precisava de algumas coisas e optei pelo Shopping Bourbon Country, um lugar que gosto de frequentar e que tem tudo.
Cumprida a tarefa, atravessei a rua e fui encontrar o Alexandre, que me esperava para jantar no Fratello, restaurante do Shopping Iguatemi, que fica na frente.
Foi até engraçado agora lembrando. Ao final, quando saímos do restaurante o Alexandre pediu meu tíquete para ele pagar os dois juntos, pois achava que eu tinha parado no Iguatemi. Eu disse que preferia o estacionamento coberto do Bourbon Country e que o local me fazia sentir mais segura. 
Bem, quando voltei para pegar o carro o estrago estava feito.
Imediatamente chamei a segurança, juntou gente em volta e apareceu um casal que viu dois homens parados atrás do veículo portando ferramentas. Essa dupla suspeita deve ter se assustado com a chegada dessas pessoas. 
Foram horas dentro do estacionamento para encaminhar o problema ao comando da segurança do estabelecimento, sendo que os mesmos não se encontravam mais no local. Apenas um jovem funcionário se apresentou como responsável naquele turno e foi muito educado e prestativo na sua tarefa de me fazer responder um questionário. 
Sinceramente, achei tudo muito pouco perto da grandeza daquele espaço. 
O que eu quero dizer é que deveria ter até funcionários com motocicletas fazendo a segurança. 
Antes de ir embora, parei ao lado de um guarda e perguntei quantos vigilantes cobriam o estacionamento e ele respondeu: "Depende do turno, agora tem um só". 
Esse tipo de estabelecimento tem sim que oferecer segurança! 
Não são só bens materiais que estão ali parados, vidas circulam.   
É privado, é pago, tudo bonito, mas não garante a segurança do que está lá dentro. É patético. 
Fui, então, mais uma vitima da violência que nos assola, onde não há mais hora nem lugar para os crimes acontecerem.
Quero registrar que na delegacia fui muito bem atendida e reforcei o meu sentimento de que o policial civil é um valoroso servidor que trabalha além das suas forças e em condições mínimas de trabalho. Pasmem: tive que sair para fazer cópias coloridas das fotos que tirei, do tíquete, do questionário que respondi no Bourbon, etc, pois eles não tinham impressora!
A minha luta pela segurança não é de hoje. Todos temos que lutar, que divulgar a causa, denunciar os casos de falta de segurança, diuturnamente, até que o governo estadual cumpra com sua responsabilidade, pois tudo está interligado.
Volto a afirmar que segurança pública não é prioridade dos nossos governantes, a não ser nos discursos de campanhas eleitorais. 
Praticamente todo meu dia seguinte foi dedicado para resolver esse problema, mesmo com toda uma agenda agenda política para cumprir.



Os estilhaços do vidro caídos sob a cadeirinha











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