A Páscoa na minha casa, depois da chegada da Martina, da Marcela e da Catharina, trouxe de volta uma tradição familiar muito antiga e preciosa. Minha mãe, que sempre viveu intensamente o seu papel de cuidar e educar os filhos, fazia tudo com muito amor. Assim, as coisas simples das nossas vidas tornavam-se grandiosas.
Um bom exemplo disso que falo era a maneira como ela preparava os ninhos de Páscoa. Alguns chocolates, cascas de ovos de galinha pintados à mão e recheados de amendoim, bolachinhas amanteigadas envoltas em saquinhos amarrados por laços de fitas, cor-de-rosa para as meninas e azul para os meninos. Isso tudo vinha com um presentinho e um folheto explicando o significado dessa data religiosa.
Também algumas vezes, batatas eram colocadas no ninho e tinham como objetivo avisar da falta de bom comportamento. As mesmas poderiam ser grandes, médias ou pequenas, variando conforme a arte que cada um fazia. Um bilhetinho preso com palito dizia o motivo e aconselhava a criança a entrar nos eixos, melhorando para o próximo ano.
Feito isso, a dona Carmen se dedicava a esconder os sete ninhos da sua prole, cada um num lugar diferente. Eu fico imaginando a criatividade que a minha mãe tinha que ter para essa tarefa. Lembro que havia uma regra sagrada: aquele que encontrasse o ninho do outro, não poderia contar, tinha que ficar quieto, então, era uma folia e tanto a busca pelas cestas.
Depois, eu fiz o mesmo com meus filhos quando pequenos, até quase adolescentes e agora, para minha alegria pude de novo retomar esse ritual sagrado das Páscoas da nossa história.
Ah! É bom demais promover e manter as tradições. Assim como para mim e meus irmãos e para os meus filhos, sei que são momentos únicos que ficarão para sempre, agora na lembrança das meninas.
Este ano, a procura dos ninhos aconteceu na quinta-feira, com um almoço especialmente preparado pela Gilda para o nosso trio querido.
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