quinta-feira, 9 de março de 2017

Por trás de uma máquina

Cada vez mais me surpreendo com o comportamento de pessoas que se utilizam das redes sociais para criar espaços de opinião, a princípio, mas, que se transformam em espaços de especulação, de irresponsabilidade com o uso do nome alheio, de falta de ética jornalística, quando o autor é jornalista, de notícias inverídicas, de fontes duvidosas, jogadas ao vento, praticando, assim, a velha imprensa marrom. Claro, é muito mais fácil se valer do pseudo-anonimato que os meios virtuais proporcionam para proferir ofensas e difamar a imagem de outras pessoas sem ser oportunizado a esta o direito ao esclarecimento e ao diálogo.
Hoje, o exercício da liberdade de expressão, um importante direito que a democracia conquistou, está banalizado. Esse direito não exime as pessoas de suas responsabilidades para com os seus interlocutores. É necessário respeito, prudência e coerência no trato social. Porém, infelizmente, vivemos a época do sem limite e do tudo pode. Tenho por convicção, nas redes sociais, respeitar as opiniões divergentes da minha, mas tenho por princípio avaliar os comentários que extrapolam o bom senso do convívio nas redes. Posso responder, ou não, mas o certo é que seleciono o que acredito acrescentar ao assunto e não tolero agressões e ofensas pessoais. 
Na esfera dos blogs, por exemplo, há aqueles autores que escrevem de forma ousada, nua e crua, sem papas na língua, despida de censura. Até aí tudo bem, mas, no momento em que a qualquer um que escreva, falte a responsabilidade básica dos meios de comunicação, que é a verificação dos fatos, das fontes e o compromisso com a verdade, coloca-se exposta na vitrine, ou, na sarjeta, uma personalidade, uma trajetória de vida, alguém de carne e osso, com nome e sobrenome, junto à falta de respeito, de consideração e de cuidado com o próximo. Por isso, sempre lembro do conselho e ensinamento do meu sábio pai, Pedro Américo Leal, que tinha como regra de ouro a máxima de não fazer aos outros o que não queremos que façam conosco, e nisso entrava também o permanente cuidado com o outro.










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