O “esvaziamento" da CPI no dia de hoje diz muito sobre o “processo” da mesma. Em sessões onde se tem médicos para debater suas convicções sobre remédios que apontam possíveis benefícios ao tratamento da Covid19, nota-se que o relator está ausente. Nota-se também ausência de muitos questionamentos. Isso fala por si. Ora, em respeito à classe médica, nenhuma opinião técnica pode ser desprezada. A falta de consenso na medicina sobre a pandemia não é novidade a ninguém. Entretanto, não fossem os debates técnicos, o que seria da ciência? O que seria da saúde pública?
Renan Calheiros se ausentou, fugiu do debate realizado por técnicos. Pelo menos quando este debate poderia desfavorecer sua narrativa. Não podemos entender a ciência e a medicina como entendemos siglas políticas. Se o médico fala em uma CPI e o relator não está interessado em ouvir, devemos questionar a legitimidade da Comissão. Os senadores que compõem a CPI não podem ser parciais. Entretanto, o comportamento destes parece demonstrar o contrário. Isto sim é negar a ciência, eis que esta decorre de erros e acertos, debates e divergências, tudo chancelado por especialistas. O que hoje é verdade para a ciência, amanhã pode ser alterado. A evolução dos estudos demonstram isso. Porém, fugir ao debate e ouvir somente aquilo que agrada, parece ser a intenção do “nobre” relator.
Que o povo brasileiro esteja atento ao teatro posto pelos integrantes desta CPI, que desde a origem, já tem um papel definido: as eleições de 2022.
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