segunda-feira, 18 de outubro de 2021

Saúde e liberdade

A medicina é atividade milenar, que se dedica aos cuidados com a saúde humana. O enfrentamento de doenças - por força da pandemia - tem sido objeto de debates nas mais variadas esferas. Penso que este cenário pode ser proveitoso, desde que todos os leigos no assunto (os não médicos) estejam atentos para aprender. Refiro aprender porque não podemos adotar uma conduta desprovida de boa técnica e, no quesito saúde, são os médicos que enfrentam as doenças. Cabe a sociedade buscar informações perante os profissionais em medicina para formar opiniões, sem que isso seja pautado por ideologias políticas. 
No último dia 13/10, uma manifestação de grande importância ao Brasil foi dada pelo presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM). Sem apontar culpados, sem ideologias, o Presidente do referido Conselho defendeu aquilo que rege a atividade médica desde sempre: autonomia do médico para definição de tratamentos, seguindo-se a melhor técnica para cada caso. Uma obviedade que tem sido politizada, inclusive por uma CPI que presta um desserviço público. 
Um palco político que, dentre outros, tenta desacreditar nosso nobre CFM, contudo conduzido por leigos no assunto. O presidente do CFM deixou clara sua posição favorável às vacinas, repudiando, no entanto, qualquer ação que as obrigue. Ou seja: o conselho de medicina brasileiro atesta sua posição de que não se deve obrigar ninguém a se vacinar. A ideia de um passaporte vacinal é rechaçada pelo representante dos médicos brasileiros e a razão é de fácil compreensão: não se deve obrigar um não paciente (uma pessoa sem a doença) a introduzir em seu organismo um vírus ou parte dele. Essa é a conclusão do técnico (médico) que representa a classe médica no nosso país. 
Ora, com muita humildade, e mantendo a lógica de aprendizado, resta concordarmos. A vacina deve ser defendida, inclusive por campanhas de convencimento. Porém não se deve adotar medidas que obriguem as pessoas a se vacinar. Conforme explicação técnica, aquele que está vacinado não está impedido de se contaminar e, por conseguinte, contaminar outras pessoas, fazendo com que o passaporte vacinal seja medida ineficiente, inibindo a liberdade das pessoas sem quaisquer benefícios a sociedade. 
Concluo que a medicina tradicional não pode ser afrontada, sendo inaceitável que leigos politizem assunto de tamanha importância. Não temos todas as repostas para esta doença que vem alterando nossas vidas há cerca de dois anos. Entretanto, é inaceitável que não estejamos atentos para aprender com aqueles que zelam por nossa saúde desde sempre. Viva a autonomia médica, viva a ciência, viva a vacina e a nossa liberdade. Parabéns aos médicos do nosso Brasil.




Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.