domingo, 9 de fevereiro de 2025

Um vazio impossível de ser preenchido

Se me fosse dado o poder de criar uma lei universal, eu impediria que pais enterrassem filhos.
Penso que nessa vida, algo que é para sempre, são os filhos. Cada um, do seu jeito, é único, especial e insubstituível.
Com isso, eu quero exteriorizar minha inconformidade e dor quando vejo pais enterrarem seus filhos. Isso deveria ser proibido, pois é contra a natureza. As coisas aí estão invertidas e muito erradas, confesso que tenho dificuldades de entender essas perdas precoces.
É um momento de grande indagação que faço perante Deus. Por que as mães que concebem vidas, tem que perdê-las no curso da sua curta existência? Aqui está um tema que mexe demais com meu coração de mulher e mãe.
Falo isso hoje por causa da morte de Gustavo Medeiros, um jovem piloto de 44 anos, inteligente, educado, culto, afetivo e brilhante na sua vida pessoal e profissional e que só deu orgulho para seus pais, Jane e Jeferson. Estou muito triste com a perda do filho desse casal amigo, desde a época de adolescentes.
Quando soube da morte do Gustavo, confesso que desabei. Com o passar das horas, meu coração ficou apertado e eu só sentia vontade de estar perto deles nesse momento doloroso. Não consigo ficar longe numa hora de dor como essa, que meus amigos estão passando.
Lembrei da Jane grávida, Gustavo criança, depois o jovem que se tornou um ser humano extraordinário, de coração generoso, caráter íntegro e uma dedicação incansável àquilo que amava. Um profissional competente e apaixonado pelo que fazia, que conduzia sua trajetória com responsabilidade e amor pela aviação.
Gustavo era um homem de família. Um marido dedicado, um pai presente e dedicado, um filho único que sempre teve nos pais, seus maiores exemplos e sua fortaleza. O laço que os unia era forte, inquebrantável, feito de amor, respeito e profunda cumplicidade.
Sua partida deixa um vazio impossível de ser preenchido, uma dor imensurável para todos que tiveram o privilégio de conhecê-lo e conviver com ele. Mas também deixa um legado de orgulho porque, até o último minuto, ele pensou nas pessoas quando fez aquele pouso forçado.



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